PRIO3 dispa com força após anúncio de compra de 100% do Campo de Peregrino

Entenda os impactos da operação

Segundo dados operacionais mais recentes (referentes a março), a PRIO vinha produzindo cerca de 108 mil barris de petróleo por dia. Antes da negociação, a expectativa da empresa era atingir 170 mil barris diários até o final de 2026. Com a aquisição do controle total de Peregrino, essa projeção foi revista para mais de 215 mil barris por dia, podendo ser ainda maior considerando o potencial do ativo.

Além do salto na produção, a aquisição adiciona 202 milhões de barris às reservas totais da companhia, fortalecendo ainda mais seus fundamentos.

A recomendação para os papéis segue positiva, com viés de valorização no médio e longo prazos.

Detalhes financeiros da aquisição

A negociação está avaliada em um total de US$ 3,35 bilhões, divididos em duas partes:

• US$ 2,2 bilhões correspondem à compra de 40% do campo e à assunção da operação do ativo, somados a um earn-out de US$ 166 milhões, sujeito à conclusão do negócio;

• US$ 951 milhões serão pagos pela fatia restante de 20%.

Os valores ainda passarão por ajustes financeiros, considerando o desempenho do campo desde 1º de janeiro de 2024, além de juros que podem chegar a US$ 100 milhões (no caso dos 40%) e US$ 50 milhões (nos 20%).

A conclusão da transação depende da aprovação dos órgãos reguladores (ANP e CADE), com expectativa de fechamento entre o fim de 2025 e meados de 2026.

Com os ajustes previstos, o valor líquido da operação deve ficar abaixo dos US$ 3 bilhões. A companhia projeta que sua alavancagem suba momentaneamente para cerca de 2 vezes o Ebitda, mas que essa relação caia rapidamente após o fechamento, impulsionada pela geração de caixa do novo ativo.

Estratégia e sinergias

O Campo de Peregrino é visto como um ativo-chave dentro da estratégia de crescimento da PRIO. Com a compra, a empresa passa a ser operadora do campo, o que abre espaço para aplicar sua metodologia de revitalização e otimização de custos.

Além disso, Peregrino está estrategicamente posicionado próximo aos campos de Polvo e Tubarão Martelo, o que permite ganhos operacionais significativos por meio de sinergias logísticas e operacionais.

Mesmo considerando o declínio natural da produção ao longo do tempo, a nova projeção da companhia aponta para pelo menos 215 mil barris por dia até o fim de 2026 — número que pode ser superado com melhorias na eficiência produtiva.

Desafios no radar, mas fundamentos permanecem sólidos

Apesar de enfrentar dificuldades como a queda no preço do petróleo Brent e entraves regulatórios relacionados a licenças ambientais, a PRIO mantém uma posição privilegiada no setor.

A petroleira apresenta margens robustas, geração de caixa consistente e uma estrutura de capital sólida. A gestão é reconhecida pela execução estratégica eficiente, e o atual nível de preço das ações reforça a atratividade do investimento.