A Nova Taxa de Juros: Saiba seus Efeitos nos Investimentos

Com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), expectativa do consenso no mercado é de que a Bolsa de Valores brasileira (B3), se valorize.

Este é o primeiro corte nos juros dentro de três anos, desde agosto de 2020. Com os juros mais baixos, os títulos de renda fixa pós-fixadas atrelados à taxa Selic ou ao CDI, começam a render menos que antes, a economia real é estimulada com expectativa de aumento do consumo no médio a longo prazo, aquecendo o mercado e gerando crescimento para as empresas. É claro que esta fórmula, não funciona obrigatoriamente assim, sofre ainda várias outras influências e variáveis, mas a lógica do movimento, é para ser essa, para à autarquia da política monetária.

Esta decisão pode indicar o início de um ciclo de quedas na taxa básica de juros em nosso país, sinalizando que carteiras de investimentos e a dinâmica do mercado, devem mudar. A taxa de juros básicas da economia norteiam o custo do dinheiro, onde o CDI (Certificado de Depósito Bancário), taxa praticada entre os bancos, para empréstimo mútuo de valores e que serve também de referência para rentabilizar os títulos bancários, tem papel principal na precificação de rentabilidades de títulos de renda fixa, já que ela geralmente é 0,1% mais baixo que a Selic, ou seja, a taxa Selic é sua referência. Logo, se essas taxas ficam mais baratas, o custo do dinheiro também fica mais acessível, com o custo do dinheiro barateando, fica mais acessível porquê as taxas compulsórias dos bancos para emprestar dinheiro ficam mais “flexíveis”, é a referência para o risco do país e para o custo da dívida pública também, folgando mais os cofres públicos. Por todos estes e diversos outros fatores, é um indicativo por parte do órgão máximo que rege a política monetária do nosso país, que estão se posicionando e estimulando diretamente a economia real e o consumo. Estão direcionando que empresas e investidores comecem a pensar em novas perspectivas para investir seus patrimônios e rentabilizar seus negócios, investimentos ou empresas.

Esta decisão vem após grande expectativa do mercado e também do governo, sinalizando um possível início do ciclo de cortes subsequentes, isso indica um forte posicionamento do Brasil em relação ao estímulo econômico e andando na contramão do mundo, que ainda mantém juros altos, de acordo com a realidade de cada país, é claro, mas que ainda não demonstram o mesmo ciclo de diminuições nos juros, que há por vir no Brasil.

De acordo com o comunicado do Banco Central, ao todo dos nove membros do Comitê, cinco votaram pelo corte de 0,50 b.p percentuais, incluindo Roberto Campos Neto, o atual presidente da autarquia.

Ainda do comunicado, o tom da instituição se mantém “sereno”, em relação a política monetária e ao endividamento do governo. “Dada a conjuntura de processo desinflacionário, que tende a ser mais lento e por expectativas de reancoragem parcial, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária.”

Para muitos no mercado, a Bolsa de Valores e fundos de Multimercados voltam a se tornar opções para diversificação de portfólio, vemos recuperação nestes ativos nos últimos dois a três meses, apenas com a manutenção das taxas e as expectativas destes cortes. Agora se efetivando o movimento de queda nos juros, o investidor tende a se sentir mais atraído e confiante para um movimento de alta no mercado de renda variável do Brasil, estimulando movimentos positivos e atraindo investidores estrangeiros também.

As ações que tendem a se beneficiar melhor deste ciclo de queda nos juros, são justamente as que mais sofreram com os juros altos e que dentre tantas outroa no índice Ibov, ainda se encontram muito baratas, alguns exemplos são: as small caps, o setor de tecnologia, incorporadoras e o varejo, dentre outras, que também ainda se encontram muito baratas em outros setores.